quarta-feira, 17 de julho de 2013

Metrô curitibano vai custar o dobro do previsto

GAZETA DO POVO

Orçamento sobe para R$ 4,4 bilhões, com ampliação do trajeto e mudança do método construtivo. Prefeitura pede mais R$ 2,1 bilhões ao governo federal

A prefeitura de Curitiba solicitou R$ 2,1 bilhões adicionais ao governo federal para viabilizar a construção da primeira fase do metrô curitibano. Somado ao valor inicial, a nova projeção é de que essa etapa do projeto poderá custar pelo menos R$ 4,4 bilhões – quase o dobro do valor estimado em 2011.
Houve, porém, uma ampliação no trajeto do primeiro trecho. Inicialmente, essa etapa ligaria a Cidade Industrial (CIC) ao Centro, na altura da Rua XV de Novembro. Agora, caso a verba federal seja confirmada, poderá chegar até o Terminal do Cabral – quatro estações a mais em relação à primeira projeção.
11 propostas de mobilidade
A expectativa da prefeitura é de que o governo federal se manifeste em até 15 dias sobre a destinação dos R$ 50 bilhões. Além da pedida pelo metrô, a gestão Gustavo Fruet (PDT) apresentou projetos para 11 outras ações de mobilidade urbana, que juntas somam R$ 3,5 bilhões. Na mesma reunião, o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Júnior, entregou cinco projetos ao custo de R$ 1,25 bilhão, entre eles o Corredor Metropolitano, intervenção que havia sido excluída do PAC da Copa.
De acordo com a Secretaria Municipal do Planejamento, o pedido foi repassado na última semana aos Ministérios das Cidades e do Planejamento, durante a reunião na qual foram discutidos projetos que serão contemplados com os R$ 50 bilhões prometidos pela presidente Dilma Rousseff para a área de mobilidade urbana. O aporte financeiro foi uma das respostas do governo federal aos protestos do último mês de junho.
Apesar de a União ainda não ter sinalizado a forma como esses R$ 50 bilhões serão repassados, a prefeitura formalizou o pedido via fundo perdido, ou seja, sem necessidade de devolução. A antiga administração municipal já havia garantido outros R$ 1 bilhão de repasse federal para o metrô via PAC Grandes Cidades. “O aumento do custo deve-se à inflação acumulada no período, à variação do câmbio e à ampliação da primeira fase, que poderá passar até o Cabral. Mas ainda não podemos dizer que esse é custo final, até porque o mercado ainda se posicionará na PMI [Procedimento de Manifestação de Interesse]”, disse o secretário do Plane­jamento, Fábio Scatolin.
“Tatuzão”
Outra explicação para as diferenças no custo está nas modalidades construtivas que serão adotadas durante a obra. O projeto da gestão Luciano Ducci previa construir os 22 quilômetros de linha do metrô exclusivamente nas modalidades Cut and Cover (túnel mais raso em um sistema em que se escava e se cobre) e NATM (túnel escavado próximo à superfície). Agora, a prefeitura admite um terceiro método, o Shield. Essa última modalidade, conhecida como “tatuzão”, é mais rápida e apropriada para longas escavações, interferindo menos na superfície.
Tanto o custo final quanto os métodos construtivos, porém, serão conhecidos apenas no dia 12 de agosto, data-limite para a conclusão da PMI. No final de agosto, a prefeitura ainda terá de sinalizar oficialmente ao governo se pretende construir o metrô para garantir a inclusão do R$ 1 bilhão no orçamento federal.

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