Londrina se despede do último fotógrafo lambe-lambe
Aos 87 anos, morre o fotógrafo Luiz Juliani, filho do pioneiro José Juliani
17/03/2011 | Fábio Luporini
Foram
55 anos de trabalho e muita história para contar. Depois de parar com a
fotografia por volta de 2003 e se dedicar a um livro sobre abelhas,
Luiz Juliani aposentou de vez a técnica lambe-lambe em Londrina. Aos 87
anos, ele morreu na terça-feira, por volta das 15 horas, vítima de
complicações em decorrência do mal de Parkinson. O corpo foi enterrado
no Cemitério São Pedro, mas as lembranças e memória permanecerão vivas
em diversos registros históricos, como trabalhos de conclusão de curso e
reportagens nos jornais da cidade.
Luiz Juliani desembarcou em Londrina pelos idos da década de 1930 junto com o pai, José Juliani, com quem aprendeu o ofício da fotografia. O pai tinha um ateliê. O filho foi para a rua: um cantinho na Praça Marechal Floriano, ao lado da Catedral de Londrina. Foi lá que o fotógrafo viu a cidade crescer – foram três catedrais diferentes – e onde permaneceu até deixar o trabalho, em 2003. O primeiro instrumento de trabalho, um presente do pai. “A primeira máquina que ele ganhou foi meu pai que fabricou”, conta a irmã, Lydia Juliani Martins.
Pelo ponto da Praça Marechal Floriano passaram autoridades e gente anônima sempre registradas pelas lentes de Juliani. “Muita gente de outras cidades vinha a Londrina passear, fazer compras e procurar especialidades médicas. Nesse meio tempo, faziam uma foto”, afirma o pesquisador Paulo Boni. Era comum, naquela época, algumas autoridades políticas que estavam visitando a cidade passarem pela praça e parar para o registro fotográfico. “Isso mostra que os lambe-lambes eram muito respeitados e tinham prestígio”, ressalta o pesquisador. Londrina chegou a ter pelo menos oito deles nos tempos áureos da profissão, lá pela década de 1950, 1960.
Somente Luiz Juliani produziu, segundo os registros da família, milhares de fotos. “Meu pai contava que já tinha feito mais de 250 mil fotografias. Ele pegava sempre as coisas em um porão da biblioteca, onde a máquina ficava guardada”, lembra o filho dele, José Juliani Neto. Uma exposição no Museu Histórico Padre Carlos Weiss mostra algumas fotos do pai de Luiz Juliani, o pioneiro da fotografia em Londrina, José Juliani.
Com a morte de Luiz Juliani, Londrina encerra um capítulo na história da fotografia artesanal. “Em tese representa o encerramento de um ciclo. Hoje há o seu Messias que está naquele ponto, mas ele tem uma máquina digital dentro da estrutura lambe-lambe”, afirma Paulo Boni.
O processo do lambe-lambe, de acordo com o pesquisador, é semelhante a uma radiografia de dentista. “Tem um invólucro fechado onde o fotógrafo coloca o braço. Lá dentro do caixote de revelação tem uma latinha com revelador e fixador”, explica. Se a imagem fica boa, o profissional finaliza o processo.
Luiz Juliani desembarcou em Londrina pelos idos da década de 1930 junto com o pai, José Juliani, com quem aprendeu o ofício da fotografia. O pai tinha um ateliê. O filho foi para a rua: um cantinho na Praça Marechal Floriano, ao lado da Catedral de Londrina. Foi lá que o fotógrafo viu a cidade crescer – foram três catedrais diferentes – e onde permaneceu até deixar o trabalho, em 2003. O primeiro instrumento de trabalho, um presente do pai. “A primeira máquina que ele ganhou foi meu pai que fabricou”, conta a irmã, Lydia Juliani Martins.
Pelo ponto da Praça Marechal Floriano passaram autoridades e gente anônima sempre registradas pelas lentes de Juliani. “Muita gente de outras cidades vinha a Londrina passear, fazer compras e procurar especialidades médicas. Nesse meio tempo, faziam uma foto”, afirma o pesquisador Paulo Boni. Era comum, naquela época, algumas autoridades políticas que estavam visitando a cidade passarem pela praça e parar para o registro fotográfico. “Isso mostra que os lambe-lambes eram muito respeitados e tinham prestígio”, ressalta o pesquisador. Londrina chegou a ter pelo menos oito deles nos tempos áureos da profissão, lá pela década de 1950, 1960.
Somente Luiz Juliani produziu, segundo os registros da família, milhares de fotos. “Meu pai contava que já tinha feito mais de 250 mil fotografias. Ele pegava sempre as coisas em um porão da biblioteca, onde a máquina ficava guardada”, lembra o filho dele, José Juliani Neto. Uma exposição no Museu Histórico Padre Carlos Weiss mostra algumas fotos do pai de Luiz Juliani, o pioneiro da fotografia em Londrina, José Juliani.
Com a morte de Luiz Juliani, Londrina encerra um capítulo na história da fotografia artesanal. “Em tese representa o encerramento de um ciclo. Hoje há o seu Messias que está naquele ponto, mas ele tem uma máquina digital dentro da estrutura lambe-lambe”, afirma Paulo Boni.
O processo do lambe-lambe, de acordo com o pesquisador, é semelhante a uma radiografia de dentista. “Tem um invólucro fechado onde o fotógrafo coloca o braço. Lá dentro do caixote de revelação tem uma latinha com revelador e fixador”, explica. Se a imagem fica boa, o profissional finaliza o processo.
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