FOLHA DE LONDRINA
Com rotina árdua, atleta se prepara para o Iron Man
Antônio Marcos Alves faz treinos específicos diariamente visando participação na principal prova de triatlo do mundo
Antônio Marcos terá que superar 42 quilômetros de corrida durante a prova hawaiana
Participar do Mundial de Iron
Man no Hawaí é o sonho de dez entre dez triatletas. A possibilidade de
competir no paraíso americano e figurar ao lado dos grandes nomes da
modalidade na maior e mais famosa prova do mundo mexe com a imaginação
de qualquer apaixonado pelo triatlo. Todos os anos, milhares de atletas
pelo planeta sonham com essa chance, mas poucos conseguem tal façanha.
O técnico administrativo Antônio Marcos Alves, de 50 anos, pode
se gabar de ser um destes privilegiados. O paulista de Ourinhos, que
mora em Londrina já há três anos, será o primeiro representante da
cidade paranaense no mundial hawaiano, marcado para o dia 11 de outubro.
A classificação foi garantida com o segundo lugar conquistado na
categoria 50 a 54 anos no Iron Man 7.0, disputado em Florianópolis, em
maio.
Nada mal para quem começou a praticar o triatlo há apenas cinco
anos. "Comecei numa prova de duatlo no Jardim Botânico, em Londrina, em
2009, e nem passava pela minha cabeça um dia poder ir ao Hawaí. Para
mim, participar de uma prova como essa é muito gratificante. É a
coroação por um trabalho árduo, que exigiu uma dedicação extrema, muita
compreensão da família, do chefe no trabalho, são muitas coisas que você
acaba abrindo mão", ressalta.
E dedicação foi o que não faltou na dura rotina de treinos do
atleta amador. Nos últimos meses, ele praticamente não teve descanso. A
carga de trabalho de duas horas em dias úteis é multiplicada por três
aos finais de semana. Foram muitos treinos, inclusive, na hora do
almoço, uma tática para adaptar o corpo ao calor hawaiano. "Essa é uma
das principais preocupações, pois lá é uma área que fica em cima da
larva de um vulcão solidificada, que absorve muito calor. Tem o vento
também", cita o triatleta, que viaja ao Hawaí no dia 6 de outubro.
E como não é todo dia que se tem a oportunidade de disputar uma
prova como essa, Alves não quer fazer feio. Para aperfeiçoar o
desempenho, ele foi buscar ajuda de treinadores específicos para cada
modalidade que compõe o triatlo: corrida, ciclismo e natação. "Já foi
assim quando fui para Florianópolis. Senti que precisava melhorar a
parte de natação e procurei um técnico específico. Deu certo e agora
procurei ajuda também para corrida e bike, para trabalhar melhor essa
coordenação, que é importante", conta.
A prova do Mundial do Hawaí inclui 3,8 quilômetros de natação,
180 quilômetros de ciclismo e 42 quilômetros de corrida. Em
Florianópolis, Alves cumpriu sua meta de fechar o percurso em menos de
10 horas – completou em 9 horas e 48 minutos. Desta vez, diante de um
cenário desconhecido, ele mantém os pés no chão. "Estou bem tranquilo,
bem preparado, mas não tracei uma meta de tempo. O que coloquei para mim
mesmo é que se conseguir completar a prova, e bem, já ficaria bem
feliz", aponta.
Entre os 3 mil participantes da prova em solo americano estarão
47 brasileiros, sendo que apenas um deles é profissional: Igor Amorelli.
Nascido em Balneário Camboriú (SC), ele foi o primeiro brasileiro a
vencer o Iron Man Florianópolis, feito obtido na prova deste ano.
Rafael Souza Reportagem Local