NO CHÃO... Minha semente chegou aqui voando. Eu era uma Canafístula vistosa de mais de 20 metros de altura no meio do bambuzal amarelo perto do escritório, da casa do Seo Jair e da D. Maria, da oficina, do terreirão. Todo ano enfeitava a paisagem com minhas flores amarelas. Era poleiro de inúmeros pássaros e todos ficavam admirando a reunião dos papagaios que se reuniam e faziam barulho na minha copa. Todo ano também perdia e adubava o chão com minhas folhas. Mas este ano foi diferente. O Carlinhos notou que as folhas novas não brotavam e que a casca começou a se soltar dos meus galhos e tronco. Morri! Foi chamada a turma do Nelson Madeireiro que, com muitos anos de experiência, conseguiu um ângulo para me derrubar. Parecia uma operação de guerra, pois todo o meu peso pendia para as construções. Movimentação de gente, trator, caminhão, cabos de aço, cunhas de ferro, marreta, moto-serra. Cai no meio do bambuzal! Mas muitas das minhas sementes foram levadas pelo vento, durante estes anos, e brotaram na mata próxima onde uma árvore, se um dia morrer, não incomoda. Deveria o ser humano nos entender melhor para não correr perigo. Com um pouco menos de desperdício no mundo dos homens haveria muito espaço para matas, bosques, parques e paz.
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