A ONDA VAI SER MESMO O ESTÍMULO AO COMPORTAMENTO FASCISTOIDE?
O que vou relatar aqui tem testemunhas:
- dezenas de pessoas que iam para o protesto;
- seguranças da Linha Amarela do Metrô;
- Polícias Militares.
- dezenas de pessoas que iam para o protesto;
- seguranças da Linha Amarela do Metrô;
- Polícias Militares.
Estava
indo à manifestação, em companhia da minha mulher, num vagão da Linha
Vermelha do Metrô, quando percebi alguém com um celular quase colado à
minha orelha. Em companhia de outra jovem, a moça então dizia:
“Olhe, Reinaldo Azevedo indo para a manifestação. Deve ser a primeira vez que pega metrô na vida.” E com o celular ali, colado à minha orelha. Tanto é assim que esta imagem, de autoria da moça — e dá para perceber que eu não sabia que estava sendo fotografado —, corre por aí. O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), me dizem, a publicou em seu Facebook como se fosse um absurdo eu estar num vagão de metrô.
“Olhe, Reinaldo Azevedo indo para a manifestação. Deve ser a primeira vez que pega metrô na vida.” E com o celular ali, colado à minha orelha. Tanto é assim que esta imagem, de autoria da moça — e dá para perceber que eu não sabia que estava sendo fotografado —, corre por aí. O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), me dizem, a publicou em seu Facebook como se fosse um absurdo eu estar num vagão de metrô.
Fiquei incomodado. E seguiu-se um diálogo:
— Algum problema, moça?
— Estou cobrindo a manifestação.
— Não! Vocês está me incomodando.
— O metrô é público.
— Mas eu não sou. Já fez a foto? Então chega!
— Estou trabalhando.
— Para quem?
— Para a Folha de S.Paulo.
— É? Qual é o seu nome? Cadê a identificação?
— Você acha que eu vou dizer?
— Chega, conseguiu o que queria!
— Você está bravo só porque eu estou de vermelho?
— Você tá maluca!
— Você está bravo porque eu sou negra?
— Tenha dó!
— Você não gosta de dividir o espaço com um negro?
— Algum problema, moça?
— Estou cobrindo a manifestação.
— Não! Vocês está me incomodando.
— O metrô é público.
— Mas eu não sou. Já fez a foto? Então chega!
— Estou trabalhando.
— Para quem?
— Para a Folha de S.Paulo.
— É? Qual é o seu nome? Cadê a identificação?
— Você acha que eu vou dizer?
— Chega, conseguiu o que queria!
— Você está bravo só porque eu estou de vermelho?
— Você tá maluca!
— Você está bravo porque eu sou negra?
— Tenha dó!
— Você não gosta de dividir o espaço com um negro?
Sim, a moça estava pronta para arrumar um barraco e me acusar de racismo.
Assim
mesmo, meus caros! Tenho as testemunhas todas, que se prontificaram a
comparecer em juízo se eu tomar esse caminho. Chegamos à Linha Amarela
do Metrô. Confesso que a reação à minha presença na plataforma até me
constrangeu um pouco. Fui saudado por centenas de pessoas. Acenei,
discretamente, posei para alguns selfies e pronto. E assim é não porque
eu lidere alguma coisa, mas porque a realidade está se encarregando de
demonstrar qual visão sobre o Brasil estava certa e qual estava errada.
Não me refiro, claro!, à “minha” visão, mas àquela que remete a um país
democrático e plural. Volto. Eu, de fato, estava indo
trabalhar. Escreveria a respeito.
Ela
continuou colada a mim dentro do vagão da Linha Amarela, com o mesmo
comportamento. Chegou a hora de dizer o seu nome e mostrar o seu rosto:
segundo consta, Ana Krepp. Teria feito jornalismo no Mackenzie e,
consta, saiu publicado em algum lugar, já trabalhou na Folha, de onde
teria sido demitida. Nem vou me incomodar de perguntar ao jornal se isso
é verdade porque não tem importância. Fato: ela não é jornalista da
Folha. Tinha sido escalada para me importunar.
Fiz o que
as pessoas decentes fazem: sentindo-me assediado, incomodado, sem saber
com que propósito e por quem, acionei a segurança da linha amarela.
Tenho aqui o nome do profissional que me atendeu. Expliquei a situação.
Eles recomendaram que eu e minha mulher esperássemos, déssemos um tempo.
Pois a Ana Krepp não teve dúvida. Quando parece, esperando passar o
fluxo, ela também parou. A pauta era eu. A pauta era me provocar. A
pauta era arrumar confusão comigo num ambiente que poderia desencadear
um tumulto. E esse era meu maior temor.
A
segurança do metrô pode atuar, de maneira limitada e sem poderes de
polícia, só na área da estação. Muito bem. Desci na estação Trianon, ela
sempre grudada a mim, de celular em punho e fazendo comentários
agressivos com a sua amiga. Encontrei, então, um grupo de policiais e
fiz, mais uma vez, o que fazem as pessoas normais quando estão sendo
assediadas: “Aquela moça está me importunando desde a Linha Vermelha do
Metrô”.
O policial
foi falar com ela. À diferença do que se diz por aí, não “fichou”
ninguém. Fez com ela o que fez comigo: pediu nome e número de RG, nada
mais. Mas não pensem que ela se intimidou, não! Ela queria confusão. Ela
perseguia uma manchete: “Em tumulto liderado por Reinado Azevedo,
militante petista é agredida porque estava de camiseta vermelha e é
negra”, como ela fazia questão de anunciar.
Blogs sujos
A fantasia dela — contra todas as testemunhas — de que tentei obstar o seu trabalho (qual trabalho?) foi parar nos blogs sujos. E, agora, para a minha surpresa, recebo da revista Imprensa o seguinte e-mail:
Boa tarde, Reinaldo. Tudo bem?
Estamos publicando no portal IMPRENSA uma nota sobre a denúncia da jornalista Ana Krepp de que você a teria ameaçado ontem à caminho da manifestação na Av. Paulista. Gostaria de saber se quer comentar o caso e dar sua versão.
Aguardo seu retorno.
A fantasia dela — contra todas as testemunhas — de que tentei obstar o seu trabalho (qual trabalho?) foi parar nos blogs sujos. E, agora, para a minha surpresa, recebo da revista Imprensa o seguinte e-mail:
Boa tarde, Reinaldo. Tudo bem?
Estamos publicando no portal IMPRENSA uma nota sobre a denúncia da jornalista Ana Krepp de que você a teria ameaçado ontem à caminho da manifestação na Av. Paulista. Gostaria de saber se quer comentar o caso e dar sua versão.
Aguardo seu retorno.
Vale
dizer: um indivíduo — tenho o direito de ir e vir, ou não? — é
absurdamente assediado num espaço público, faz a coisa correta, que é
acionar os seguranças do metrô e a Polícia Militar, e vira “notícia”.
Também fotografei e filmei
Quando percebi que ela não parava mesmo de me fotografar, que saía do meu pé, eu também a fotografei. E filmei. E disse, sim: “Vou colocá-la no blog para ficar claro que você está me assediando. E tenho testemunhas”. Como se pode notar, agi corretamente. De resto, não sabia quem era ela, o que queria, qual o propósito.
Quando percebi que ela não parava mesmo de me fotografar, que saía do meu pé, eu também a fotografei. E filmei. E disse, sim: “Vou colocá-la no blog para ficar claro que você está me assediando. E tenho testemunhas”. Como se pode notar, agi corretamente. De resto, não sabia quem era ela, o que queria, qual o propósito.
Histeria coletiva
Esse troço nasce da histeria que tomou conta das páginas que servem ao lulo-petismo — no momento, defendem Dilma por falta de opção, mas sem muita convicção.
Esse troço nasce da histeria que tomou conta das páginas que servem ao lulo-petismo — no momento, defendem Dilma por falta de opção, mas sem muita convicção.
Tenho as
testemunhas, tenho tudo documentado, e vou continuar a fazer a coisa
certa no estado de direito, a exemplo do que fiz ontem. A revista Imprensa
considera que tudo é uma questão de “lado” e “outro lado”? A minha foto
no vagão do metrô, que circula por aí, feita pela moça, evidencia que
eu nem sei que estou na mira do seu celular. O registro que fiz dela
evidencia que ela sabe estar sendo fotografada. Eu avisei.
Não sei
que apito toca essa moça ou para quem trabalha. Se é só uma agente
provocadora, fez direito o seu trabalho. Se não tem emprego, espero que
os blogs que servem ao PT a contratem logo. Ela merece. E por um bom
salário. Se posso colaborar para melhorar a sua vida, tanto melhor.
O
governismo acha que é fazendo coisas como essa que vai conseguir
reverter a maré negativa? “Olhe o Reinaldo afirmando que essa moça é uma
agente…” Eu estou afirmando que a tentativa de me atacar é organizada e
tem a marca registrada dos blogs oficialistas. Com a palavra, Thomas
Traumann. Enviam-me trecho de um
delirante que anda por aí em busca de notoriedade, segundo quem eu —
sim, eu!!! — sou um dos responsáveis pela megamanifestação de ontem, que
pode ter reunido mais de dois milhões de pessoas no Brasil inteiro.
Não! Eu não! Eu não me dou tanta importância. Não sou megalômano.
Ana
Krepp é o nome dela? Olhe aí, Ana! Aproveite bem o seu grande momento.
Faça com que o episódio lhe renda uma promoção na hierarquia da
militância, com os óbvios benefícios que isso acarreta.
Se a revista Imprensa acha que isso é pauta, a resposta está dada.
PS: Estou
fechando a área de comentários. Como essa história não para aqui, não
quero usar o episódio para eventual proselitismo. Peço a vocês que não
comentem o caso em outros posts.
PS2
– Agradeço a acolhida calorosa na manifestação de ontem. É bom apertar a
mão de quem trabalha. É bom apertar a mão de quem estuda. É bom apertar
a mão de quem trabalha e estuda. É bom apertar a mão de quem diz com
clareza e orgulho: “Eu vim de graça!”. Nunca fui tão fotografado. Com o
meu consentimento. De resto, meus caros, eis aí a imprensa com a qual
eles sonham. O governo Dlima está só no começo das suas dificuldades. Se
esse for o padrão, acaba caindo antes do que imagina.
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