FONTE: MANCHETE DO POVO
Ambulâncias do TEC sem socorristas
Antonio Jurandir Camargo, 36 anos, condutor de uma das ambulâncias do Transporte Emergencial Centralizado (TEC) da Secretaria de Saúde de Rolândia, foi até o Ministério Público de Rolândia na tarde de segunda-feira (04) para denunciar suas condições de trabalho.
Acompanhado do vereador Reginaldo Silva (PP), Antonio diz que está trabalha sem socorrista, ou seja, sem enfermeiro ou auxiliar de enfermagem, e que pode ser responsabilizado criminalmente se algo de grave vier a acontecer. “Se eu for chamado e tiver uma situação de urgência e emergência, de responsabilidade do Samu, nada poderei fazer”, afirmou Antonio à reportagem do JR. Na mesma segunda-feira, o condutor foi até a Câmara de Vereadores e levou o seu problema para conhecimento dos parlamentares. Ainda de acordo com Antonio, a promotoria ficou de marcar uma reunião, já que ele não conseguiu falar com nenhum promotor na segunda-feira.
Antonio afirmou que houve uma reunião com Márcia Guedes, gerente do TEC, no dia 30 de junho e que foi avisado que os socorristas do período noturno seriam deslocados para o Pronto Atendimento 15 horas, da Vila Oliveira. “Agora, o TEC fica sem socorrista das 19 até as 7 horas da manhã”, confirmou o condutor. Ainda segundo ele, Márcia teria dito que o Samu iria absorver os chamados de urgência e emergência, o que não tem acontecido. “Se a situação é de emergência, não tenho suporte para fazer nada”, explicou Antonio, que está há 17 anos no TEC.
Outro lado
A reportagem do JR procurou a Secretaria de Saúde de Rolândia para falar sobre a denúncia e conversou com Izilda Fróis, diretora de Urgência e Emergência, Márcia Guedes, do TEC, e Rosana Alves, coordenadora de enfermagem do Samu.
“Antes, é bom deixar bem claro o que é o TEC. É uma ambulância para transporte de pacientes sem gravidade, pessoas que estão andando. Como não havia Samu em Rolândia tempos atrás, nós equipamos esse tipo de veículo e colocamos um socorrista, ou seja, aumentamos o serviço prestado pelo TEC. Com a vinda do Samu e a necessidade de profissionais no PA 15 horas, o TEC voltou a ser o que era”, explicou Izilda.
As profissionais deixaram bem claro que pretendem que a situação seja temporária e que, com a contratação dos que passarem no concurso, os socorristas possam voltar às ambulâncias do TEC no período noturno, já que no diurno eles continuam a ir com os condutores. Izilda disse que tem planos mais ambiciosos para as ambulâncias do TEC: torná-las semelhantes às do Samu básico. “Estamos vendo a parte legal disso e até o orçamento para mexer no veículo”, ressaltou Izilda. É claro que isso teria que esperar também os novos profissionais.
As profissionais também revelaram que conversaram com a Central de Atendimentos e avisaram que as ambulâncias do TEC estão sem socorristas e só com condutor. Por isso o pedido para que não fosse repassado nenhum caso de urgência ou emergência. “Apesar disso, há casos em que todas as ambulâncias estão ocupadas e eles nos chamam. O condutor tem de ir ao local e se não tiver capacidade de fazer nada, por ser um caso grave, ele deve entrar em contato novamente com o Samu e explicar a situação. Se o médico-avaliador exigir que ele transporte o passageiro, fica claro que a responsabilidade é deste médico.
O médico pode enviar o Samu e, neste caso, o condutor do TEC, que também tem noções de primeiros-socorros, tem que ficar no local, aguardando pela Samu e dando suporte ao paciente. O procedimento deve ser este”, ressaltou a diretora de Urgência.
Izilda também revelou que há nove profissionais, inclusive os condutores, fazendo um curso de capacitação em Londrina.
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