domingo, 30 de março de 2014

DILMA APOIA DITADURA DE VENEZUELA - VERGONHA - SOMOS UM PAIS DEMOCRATA

"Querem silenciar a minha voz" diz deputada venezuelana cassadaDeputada venezuelana ignora cassação pela Assembleia Nacional, critica a postura do governo Dilma Rousseff e fala sobre vinda a Brasília
Publicação: 30/03/2014 08:00 Atualização:

 (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins )


Na próxima quarta-feira, a deputada venezuelana cassada María Corina Machado, da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), desembarca em Brasília para participar de uma audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional do Senado, atendendo a um requerimento do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Em entrevista ao Correio, por telefone, ela prometeu “transmitir a verdade sobre a violação massiva e sistemática dos direitos humanos” cometida pelo governo do presidente Nicolás Maduro. Machado acusa o Brasil de manter vínculos ideológicos, políticos e econômicos com o regime chavista e avisa: a indiferença e a neutralidade ante os “crimes” de Maduro significam “cumplicidade”. A engenheira industrial de 46 anos que se tornou uma das principais adversárias do Palácio de Miraflores assegurou que o chefe de Estado venezuelano cruzou uma linha vermelha. “O senhor Maduro ordena, em cadeia nacional, que os grupos paramilitares saiam às ruas para aniquilar os protestos pacíficos”, declarou. Na madrugada de ontem, o estudante Roberto Annese, 33 anos, foi morto durante confronto com a polícia de Maracaibo. Foi a 38ª vítima da repressão a um levante social que teve início em 12 de fevereiro.

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A senhora foi convidada pelo Senado brasileiro a dar um testemunho sobre a situação na Venezuela. O que pretende dizer aos parlamentares, aqui em Brasília?
Em primeiro lugar, quero transmitir, em nome do povo da Venezuela, meu agradecimento aos senadores que fazem parte da comissão de política exterior por essa demonstração de respaldo e de preocupação com os direitos humanos na Venezuela, em um momento no qual meu país se encontra na maior crise política de sua história contemporânea. Eu vou a Brasília para fazer meu trabalho como deputada, que é o de transmitir a verdade sobre a violação massiva e sistemática dos direitos humanos e sobre a política de repressão e tortura levada adiante pelo regime do senhor Maduro na Venezuela. O convite dos senadores brasileiros mostra que nós, venezuelanos, não estamos sós. O povo da América Latina e do Brasil nos acompanha nessa hora. Sei que seus representantes do parlamento, que são a voz do povo brasileiro, vão marcar uma posição firme e decidida para que os governos latino-americanos entendam que já não há mais espaço para a indiferença.

Como analisa o papel do Brasil nessa crise?
Para nós, é evidente que há muitos vínculos de ordem ideológica, econômica e política entre os últimos governos do Brasil e o regime chavista e, agora, o de Maduro. Isso é claro. Em dois meses, as violações sistemáticas aos princípios democráticos — e me refiro à liberdade de expressão, de propriedade, do direito à associação, à independência dos poderes públicos… Há quase dois meses, o governo venezuelano tem conseguido tapá-las, escondê-las, até certo ponto, da comunidade internacional. No entanto, nessas últimas semanas, o movimento pacífico civil despertado na Venezuela, liderado pelos estudantes, foi reprimido com tal grau de força e de crueldade pelo senhor Maduro, que sua face pseudodemocrata caiu. Os estudantes a arrebataram. O senhor Maduro cruzou uma linha vermelha. Um governo democrático, que pretenda manter-se indiferente ou em silêncio, deve assumir que isso não é indiferença ou neutralidade. Essa posição é de cumplicidade com um regime criminoso. 

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