Fiscalização em açougues e padarias gera 99 autuações

Em oito dias, Ministério do Trabalho visita dez supermercados em Londrina e constata que maioria de açougues e padarias descumprem normas de segurança

Telma Elorza

03/09/2015 02:31

Entre os supermercados visitados, o Wal-Mart foi o único totalmente regular (Crédito: Gilberto Abelha/JL)

Comprar um simples quilo de carne moída em alguns supermercados de Londrina pode significar pôr em risco a vida dos funcionários daquele setor. Auditores fiscais do Ministério do Trabalho visitaram dez supermercados na cidade, entre 24 e 31 de agosto, e constataram que as empresas desrespeitam a NR-12, norma que trata dos sistemas de segurança de máquinas utilizadas em açougues e padarias, como serras-fita, moedores de carne e cilindros de panificação. As fiscalizações geraram 99 autos de infração e a interdição de 42 máquinas.

De todos os supermercados fiscalizados, apenas o Wal-Mart não foi autuado. Segundo o chefe de Fiscalização da Gerência Regional do Trabalho e Emprego em Londrina, Rogério Perez Garcia Júnior, as empresas não podem sequer alegar falta de tempo para se adequar, já que a norma vale desde 2010.

A fiscalização faz parte do movimento de paralisação dos auditores fiscais do Trabalho e foi deflagrada em razão do histórico de altos índices de acidentes graves nos setores de açougue e padaria. “As máquinas encontradas podem causar mutilações, amputações e esmagamento de membros”, explica Garcia Júnior.

A situação, disse ele, é grave e se a gerência - com apenas 13 auditores fiscais para atender 100 cidades e milhares de empresas – pudesse fiscalizar cada açougue e mercado de bairro, seriam todos fechados. “Fizemos reunião com sindicatos de panificação e supermercados para orientá-los, mas não resolveu.”

De acordo com o superintendente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Valmor Rovaris, o setor supermercadista vem acompanhando a evolução da NR-12. “São normas complexas e interpretativas que até mesmo a indústria tem tido dificuldade na sua aplicação, no momento de equipar as máquinas ou equipamentos.” Segundo ele, os supermercados do Paraná vêm sendo orientados sobre esta exigência desde 2011, com informes e palestras. “Temos conhecimento que vários supermercados já se adequaram à NR-12 através da compra de novos equipamentos ou adequação dos atuais.”

O assunto, diz Rovaris, também já foi discutido com os diretores, porém, “como é muito técnico, normalmente a indústria, assistência técnica e a pessoa que compra estes equipamentos nos supermercados e panificadoras são quem conhecem sobre a característica e detalhes de segurança do equipamento”. Ele diz que a Apras vai voltar a informar e discutir a NR-12 com seus associados

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