FOLHA DE LONDRINA
Consumo excessivo de sal está associado à hipertensão
Segundo pesquisa do IBGE, consumo de sódio do brasileiro excede em mais de duas vezes o limite máximo recomendado pela OMS
Pessoas com hipertensão arterial tiveram uma estimativa de consumo de sal mais elevado do que o estimado para os de pressão considerada normal
Vitória - As doenças crônicas não transmissíveis são um grande desafio para os sistemas de saúde em todo o mundo. Há cerca de quatro décadas problemas como hipertensão, diabetes e doenças respiratórias crônicas estavam restritos praticamente aos países desenvolvidos. Nas últimas décadas, entretanto, o problema alastrou-se globalmente, afetando de modo mais intenso os países em desenvolvimento que hoje contém o maior contingente da população mundial.
O consumo excessivo do sal está relacionado ao aumento no risco de doenças crônicas, como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, doenças renais, entre outras. Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE) de 2008, o consumo de sódio do brasileiro excede em mais de duas vezes o limite máximo recomendado pela OMS, de cinco gramas por dia. A média nacional é de 12 gramas.
Uma pesquisa realizada no município de Vitória (ES) apresentou resultados concretos sobre a relação entre o consumo de sódio e a pressão arterial. Publicado no periódico "Brazilian Journal of Medical and Biological Research", o estudo "Relação entre o consumo de sal medido por coleta de urina de 24H e pressão arterial em adultos, na população de vitória – ES" encontrou uma associação entre o sal e categorias de índice de massa corporal (IMC), bem como com a pressão arterial e o consumo de sal.
A diferença na pressão arterial das pessoas consumiam menos do que 6 gramas dia de sal e aqueles que ingeriram mais do que 18 gramas dia atingiu 13 mmHg. Indivíduos com hipertensão arterial tiveram uma estimativa de consumo de sal mais elevado do que o estimado para os de pressão considerada normal, independentemente de estarem em tratamento.
A pressão arterial alterada pode causar aumento do coração, aneurismas e estreitamento nos vasos sanguíneos, mais comumente na aorta e artérias no cérebro, pernas e intestinos. E endurecimento precoce de artérias pelo corpo, especialmente aquelas no coração, cérebro, rins e pernas pode causar ataque cardíaco, AVC, falha nos rins ou amputação de parte da perna.
REDUÇÃO DE SÓDIO
Além de incentivar uma alimentação saudável e atividades físicas, o Ministério da Saúde tem buscado alternativas para reduzir a carga de doenças crônicas. Uma das ações visa o melhoramento nutricional dos alimentos processados estão sendo colocadas em prática, principalmente em relação à redução de gorduras, açúcares e sódio. Plano Nacional de Redução de Sódio em Alimentos, compromisso entre o Ministério da Saúde e a Associação das Indústrias da Alimentação (Abia), possibilitou que, em três anos (2011-2014), fossem retiradas 7.652 toneladas de sódio dos produtos alimentícios. A meta é que até 2020 as indústrias do setor promovam a retirada voluntária de 28.562 toneladas de sal do mercado brasileiro.
Mas, os alimentos industrializados não são os únicos responsáveis pelo excesso de sal que é ingerido. É preciso cuidar da maneira que preparamos os alimentos em casa e no que é consumido em restaurantes. E principalmente, deixar de adicionar o sal nos alimentos já prontos, isso significa retirar o saleiro da mesa.
Reportagem Local
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