segunda-feira, 28 de abril de 2014

ROLÂNDIA - DR.FRANCISCONI ANALISA A SAÚDE NO BRASIL

Próximo de completar 1 ano da sua criação, o que, efetivamente, mudou na saúde pública no Brasil, a partir da criação do programa "Mais Médicos" ? Além de direcionar cerca de 14.000 médicos  a áreas carentes e periferia de grandes cidades, havia a promessa de reformas estruturais. Óbvio, e isso não se discute, que a presença do médico em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), é muito importante. Óbvio, também, que, só isso, não é suficiente. Ao anunciar o Programa, o então Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou, também, o investimento de R$7,4 bilhões em infraestrutura, além da construção de 818 hospitais, 601 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), 6 mil UBSs (Unidade Básica de Saúde) e 15.977 postos de saúde. Às vésperas de completar 1 ano desde esta promessa, contabilizamos apenas 9% das UBS's concretizadas, 3% das UPA's, e, apesar de mais de 60% dos Hospitais Públicos estarem superlotados, sucateados e passando por grandes dificuldades financeiras, menos de 10% do prometido foi realizado. Menos de 11% das ações em saneamento básico foram, efetivamente, realizadas. E sabemos que o saneamento básico é importantíssima ação de prevenção em atenção básica na saúde. A cada 1 real que se investe em saneamento, economiza-se 4 reais em saúde pública. Soma-se à estrutura hospitalar extremamente deficitária, a demora em se conseguir exames e tratamentos em alta complexidade. Pacientes esperam meses para conseguir iniciar seu tratamento de câncer ( apesar da Lei que diz que o mesmo deve se iniciar em , no máximo, 60 dias ), o que complica muito seu prognóstico, pacientes conseguem medicamentos caros, somente, através de intervenção judicial, isso sem contar o velho e conhecido problema da demora de anos de espera em cirurgias eletivas e exames simples ( como ultrassom, tomografias, ressonância,...). A valorização da tabela SUS, que atrairia mais profissionais para atender pelo SUS, e melhoraria, sobremaneira, a saúde financeira dos Hospitais Públicos. Minha análise, é que o programa, na íntegra, é bom, mas, como tudo no Brasil, mais da metade fica somente na promessa, mal sai do papel. Entre o discurso e a ação, há uma distância abissal. E, principalmente, em saúde pública, a ação é fundamental, tirar do papel e colocar em prática é o que mais importa, o que, efetivamente, vai melhorar a atenção à saúde da população de uma maneira geral, sem enganações. A grande maioria das pessoas precisa que esses serviços funcionem adequadamente, pois, dele depende sua saúde, sua produtividade. Poucos têm acesso ao Albert Einstein, ao Sírio-Libanês, e por aí vai. É necessário mais ação e menos enrolação. Vamos aguardar o segundo aniversário do Programa e torcer para que esta estatística, para o bem de todos, tenha mudado, radicalmente, para melhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário