sexta-feira, 8 de novembro de 2013

vereador Joaquim Donizete do Carmo “Gaúcho Tamarrado” mente e pode ser processado

Devanir Parra / Arquivo JL
Devanir Parra / Arquivo JL / Vereador terá R$ 400 descontados do salárioVereador terá R$ 400 descontados do salário

Falta em sessão por jogo de bilhar rende “multa” a vereador

Vereador Joaquim Donizete do Carmo terá o dia descontado; mesmo com atestado médico, ele participou de competição de sinuca08/11/2013
Fábio Silveira
A participação do vereador Joaquim Donizete do Carmo (PDT) em um torneio de sinuca - no dia em que faltou à sessão por um atestado médico, devido a uma cirurgia nas pálpebras, como mostrou a Folha de Londrina -, abriu a primeira crise interna na Câmara na atual Legislatura. Carmo, mais conhecido como “Gaúcho Tamarrado”, que tinha atestado de 10 dias - a partir de 31 de outubro - voltou ao trabalho ontem, abrindo mão dos dias que lhe restavam. Depois de reunião de mais de 40 minutos, envolvendo a Mesa Executiva, a Comissão de Ética e o próprio vereador, ele pediu para ter descontado do seu salário os R$ 400 referentes à sessão de terça-feira e admitiu, em entrevista coletiva, estar errado.
Mas o episódio não está encerrado. O presidente da Câmara, Rony Alves (PTB), informou que a Mesa decidiu pelo encaminhamento do caso para avaliação pela Comissão de Ética, que vai investigar a conduta do pedetista. Se não encerrou o capítulo, a resposta rápida da presidência pelo menos conseguiu evitar que se ampliasse o desgaste da Casa nesse episódio.
Carmo chegou à Câmara uma hora depois de iniciada a sessão, sem dar entrevistas. Ele só falou depois da reunião, quando se disse arrependido de ter ido ao jogo “por causa da repercussão”. Em entrevista, na qual se mostrou irritado com os questionamentos, ele afirmou que errou, mas que está consciente disso. “Não vim na sessão [de terça-feira] porque eu não estava bem. Comecei a melhorar no fim da tarde. Acabei jogando para não perder por W.O.”, declarou o pedetista, lembrando que a sessão daquele dia acabou cedo. Apesar da irritação, Carmo ainda encontrou espaço para “filosofar”: “errar é humano, mas persistir no erro é burrice”, disparou.
Rony Alves afirmou que foram encaminhados quatro questionamentos à Procuradoria da Casa: referentes à falta amparada por atestado médico, na sessão de 31 de outubro; o pedido de Carmo para ter o salário descontado; a atuação dele na sessão de ontem, mesmo ainda com atestado; e sobre o encaminhamento para a Comissão de Ética. “Cada um é responsável por cuidar do seu mandato e do decoro parlamentar”, afirmou o presidente. O petebista evitou se posicionar sobre a possibilidade de quebra do decoro neste caso.
O presidente da Comissão de Ética, Roberto Kanashiro (PSDB), foi econômico nas declarações. Ele prefere esperar que o caso seja remetido à comissão para se manifestar. “Tivemos uma reunião de esclarecimento”, afirmou o tucano sobre a conversa de ontem à tarde. Kanashiro, que é médico, afirmou que a partir do momento em que o paciente deixa de cumprir as recomendações médicas, acaba a responsabilidade do profissional.
Com as faltas nos dois últimos dias, Carmo acumulou 9 ausências em 74 sessões deste ano, 12,1% do total. Todas as faltas foram justificadas.

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