Rolândia – A identidade da criança encontrada morta em uma região de fundo de vale, em Rolândia, na última segunda-feira, permanece como um mistério para as autoridades. Depois de ser submetido a exames necroscópicos na unidade do Instituto Médico-Legal (IML) de Londrina, o corpo foi levado para o IML de Curitiba, onde passará por procedimentos mais avançados.
De acordo com o delegado de Rolândia, Walter Helmutt Junior, o reconhecimento não foi possível por meio de exames de análises das digitais e da arcada dentária. Segundo ele, os legistas coletaram material genético para um possível confronto. Para solucionar o caso, a polícia aposta também na tecnologia. O IML de Curitiba prepara a recomposição facial da criança, com base no crânio. "Por meio de um programa de computador, os técnicos conseguem simular o rosto da pessoa com uma margem de 85% de êxito", esclarece.
Nessa técnica, o crânio é escaneado tridimensionalmente e, em seguida, as informações são processadas pelo programa de computador. Os pontos geométricos do rosto são analisados em cálculos matemáticos, o que resulta em uma imagem aproximada de como seria o rosto da pessoa.
O delegado acrescenta que a criança tinha entre 3 e 5 anos de idade e estaria morta havia pelo menos cinco dias. Como a criança tinha cabelos compridos, que estavam presos em um coque, e vestia um shorts rosa e uma camisa branca, os peritos criminais presumem que o corpo seja de uma menina. "É o que tudo indica, mas pelo avançado estágio de decomposição do corpo, não é possível afirmar com 100% de certeza", pondera Helmutt Junior.
O banco de dados do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas do Paraná (Sicride-PR) não tem registro de nenhuma criança com as características apresentadas que esteja desaparecida no Estado. O cruzamento de dados com outros Estados vizinhos também não obteve vítima com o perfil apontado. Nenhuma linha de investigação é descartada pela Polícia Civil, mas segundo o delegado, há fortes indícios de que a criança possa ser vítima de um crime familiar.
"A data coincide com o período de fim de ano, em que muitas famílias viajam. Como ninguém reclamou o corpo, acredito que a criança pode ter sido abandonada pela própria família, que provavelmente deve ser de outras regiões", pressupõe. A Polícia Civil tentou ainda obter informações com moradores do Jardim Monte Carlo, mas ninguém disse ter visto alguma ação suspeita. As poucas câmeras de monitoramento próximas ao bairro também não forneceram pistas para a investigação.
Diante da falta de evidências, Helmutt Junior disse que vai aguardar a divulgação da recomposição facial da criança, o que deve ocorrer dentro de 30 a 40 dias. "Vamos divulgar as imagens pelos meios de comunicação e esperar que alguém reconheça a criança. Fora isso, vamos fazer algumas investigações paralelas para tentar solucionar o caso", adianta o delegado.
Celso Felizardo-Reportagem Local -foto Cobra repórter/Darcio Campos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário