jornal de Rolândia
Vinda do príncipe Akishino e da princesa Kiko a Londrina, neste sábado, mexe com as emoções da colônia na cidade e na região. Visita faz parte das comemorações dos 120 anos de amizade entre Brasil e Japão
Telma Elorza
30/10/2015 02:50
Casal de príncipes japoneses vai passar pela Praça Tomi Nakagawa (Crédito: Roberto Custódio/JL)
Imagine ensaiar uma dança exaustivamente por dois meses para se apresentar por 15 minutos? Ou ter a honra de ser uma das poucas pessoas que poderão falar com um verdadeiro príncipe? Imaginou? Não, você não tem a mínima ideia do que alguns londrinenses estão sentindo com a visita do príncipe do Japão Akishino e da princesa Kiko a Londrina, neste sábado (31). O casal imperial vai passar 15 minutos em cada um dos três compromissos assumidos na cidade – sem contar o tempo de deslocamento entre um compromisso e outro – antes de seguir para o almoço com autoridades e, depois, para as comemorações dos 120 anos de amizade entre Brasil e Japão, no Imin Center, em Rolândia. Mas mesmo que seja pouco tempo, a visita está mexendo com as emoções de toda a comunidade japonesa da região.
O presidente da Aliança Cultural Brasil-Japão, Ricardo Origassa, e a mulher dele serão os responsáveis por recepcionar o casal imperial na pista do Aeroporto de Londrina e acompanhá-los até a partida, no Aeroporto de Maringá, domingo. “Estaremos só nós e os príncipes nas pistas dos aeroportos”, conta Origassa. Segundo ele, a responsabilidade e a honra estão deixando a esposa nervosa. “Ela nem dorme mais”, brinca. Mas ele confessa que também está ansioso. “É uma honra muito grande. Porque, para os japoneses, a Família Imperial são deuses. Até o hino do Japão fala isso”, diz.
Segundo Origassa, a visita mobilizou toda a comunidade dos descendentes dos imigrantes nipônicos – que já estão na terceira e quarta geração. “Estão todos envolvidos, com a ajuda da comunidade brasileira, para fazer uma grande festa”, afirma.
Placa comemorativa
Para os descendentes dos japoneses, não importa se vão poder ver o casal imperial por apenas 15 minutos. É o caso dos associados da Associação Cultural e Esportiva de Londrina (Acel) e seus convidados. O casal vai passar um quarto de hora no clube, onde o príncipe descerrará uma placa comemorativa.
A visita está programada para as 10h45, mas os cerca de 450 convidados deverão chegar, no máximo, até as 9h30, no local. De acordo com o presidente da Acel, Sergio Matsumoto - ele mesmo um dos poucos que poderá falar com suas altezas imperiais -, a expectativa é muito grande. “Eu sou da terceira geração. Nunca imaginei que um dia poderia ter essa honra tão elevada”, afirma.
Segundo Matsumoto, os associados se empenharam para que a associação esteja impecável e que os convidados não passem desconfortos, enquanto esperam as visitas ilustres. “Como a maioria das pessoas deve começar a chegar cedo, antes das 9 horas, vamos oferecer um café da manhã. Cada associado levará um prato com comida e a Acel oferecerá as bebidas. Haverá também apresentações de taikô para não cansar de esperar”, conta.
Brasileiro se apresenta pela segunda vez para um príncipe
Vinícius de Oliveira, 24 anos, não é descendente de japoneses, mas ele é um dos que estão se dedicando para entreter e agradar o casal imperial, no Imin Center, em Rolândia. Curiosamente, é um dos poucos brasileiros que pode dizer que se apresentou duas vezes para um príncipe.
Com o grupo de tambores RyukyuKoku Matsuri Daiko Brasil (RKMD) de Londrina - do qual hoje é coordenador -, Vinícius se apresentou no Imin 100, a festa que comemorou os 100 anos da imigração japonesa para o Brasil. E que trouxe o príncipe herdeiro do trono do Japão, Naruhito, ao Brasil. “No Imin 100, em 2008, eu já fazia parte do grupo e participamos da festa”, conta.
Segundo Oliveira, todo o grupo está preparado, treinado e ansioso. “Vamos nos apresentar por 15 minutos e vamos mostrar um trabalho bem interativo, para mexer com o público. Acho que o príncipe nunca viu uma coreografia como a que estamos preparando”, conta.
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