terça-feira, 2 de junho de 2015

os 10 melhores filmes de casas mal assombradas de todos os tempos

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Top 10:

Os filmes de terror têm uma realeza: os longas estrelados por casas mal assombradas assustam a humanidade desde que o cinema é cinema, mexem com instintos, torturam os mais fracos, empolgam os mais fortes, lidam com o maior dos medos, o medo do desconhecido. Na esteira de Invocação do Mal, belo filme de casa mal assombrada que estreia nesta sexta-feira, o Filmes o Chico lista os dez melhores filmes de casas mal assombradas que o cinema já produziu. Há clássicos antigos e filmes mais recentes. O único critério foi ser realmente assustador.
A Cidade do Horror
10 A Cidade do Horror ou Terror em Amityville EstrelinhaEstrelinhaEstrelinha

[The Amityville Horror, Stuart Rosenberg, 1979]

A história de A Cidade do Horror é clássica: uma família se muda para uma casa onde aconteceu uma tragédia misteriosa. O filme mostra esse evento logo no início para em seguida narrar a chegada dos novos moradores, que conheciam o fato, mas preferiram economizar e começam a passar por poucas e boas. Embora hoje assuste menos do que fez épocas atrás, há dois pontos que permanecem excelentes até hoje: a interpretação de James Brolin, cujo personagem entra num processo parecido com o de Jack Torrance em O Iluminado, e a macabra trilha sonora de Lalo Schifrin, que concorreu ao Oscar. O longa, que rendeu dez continuações ou remakes, se baseia num caso real, um dos inúmeros investigados pelo casal Ed e Lorraine Warren, os mesmos cuja experiência está relatada em Invocação do Mal.
A Sétima Vítima
9 A Sétima Vítima EstrelinhaEstrelinhaEstrelinha½
[Darkness, Jaume Balagueró, 2002]
Este filme, lançado diretamente em home video no Brasil, quase passou despercebido, mas é um dos melhores filme de terror do início da década passada. O diretor Jaume Balagueró, mais conhecido por seu trabalho em [REC], garante um clima envelhecido que funciona muitíssimo bem. Não fosse uma seqüência didática que tem a missão de explicara as coisas, merecia mais elogios por sua capacidade de criar o que todo filme do gênero deveria, bons sustos, utilizando muitas vezes apenas a sugestão. E, nas outras, invadindo a praia do ocultismo, algo naturalmente assustador, e que já rendeu belos filmes de terror. Balagueró ainda cria um interessantíssimo jogo de luz e escuridão que aumenta as potencialidades do longa.
Sobrenatural
Sobrenatural EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[Insidious, James Wan, 2011]
Dirigido pelo mesmo James Wan de Invocação do Mal, este longa recuperou o clima aterrorizante dos filmes de espíritos. Sobrenatural é uma espécie de homenagem aos longas de terror dos anos 70 e 80 que passeavam por casas assombradas e colocavam os personagens frente ao desconhecido. E o filme faz isso da maneira mais simples e eficiente possível. Os criadores usam os elementos mais clássicos do gênero (vozes macabras, aparições na janela e vultos pela casa) sem chances para que o espectador pare para respirar. E não se trata de velocidade, mas intensidade. O diretor se arrisca muitas vezes nesse processo, mas, exceto pela cena em que o protagonista chega ao covil do inimigo, tudo se encaixa direitinho. O resultado é um assombro. De verdade.
A Casa da Noite Eterna
7 A Casa da Noite Eterna EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[The Legend of Hell House, John Hough, 1973]
Certamente um dos melhores filmes de casa mal assombrada já feitos. Richard Matheson, mestre do fantástico, adaptou sua própria novela e John Hough soube criar cenas realmente assustadoras a partir dela, sobretudo na primeira metade do filme, como o ataque ao físico na sala de jantar e todas as cenas envolvendo a personagem de Pamela Franklin, uma jovem médium amalucada, no quarto. Por sinal, a própria escolha de Pamela deixa clara a intenção dos produtores: ela é a menina da mansão assombrada de Os Inocentes, que também aparece nesta lista. Pamela e Roddy McDowall, um dos atores mais legais dos anos 70, são os destaques do elenco. O filme perde o ritmo no final com muita explicação, mas até lá faz o que todo bom filme de terror deveria fazer: recicla nosso medo do desconhecido e assusta para valer.
Desafio ao Além
6 Desafio ao Além EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[The Haunting, Robert Wise, 1963]

A refilmagem, A Casa Amaldiçoada, não chega aos pés do longa original, dirigido pelo mesmo Robert Wise que dois anos antes fez Amor, Sublime Amor, e dois anos depois, dirigiu A Noviça Rebelde. O preto-e-branco ajuda a dar realismo à história do homem que faz experiências com fantasmas e encontra numa mansão com um histórico de mortes um lugar perfeito para suas pesquisas. Os personagens são muito bem desenhados, mas o destaque é a médium Eleanor, interpretada por uma ótima Julie Harris, que dá aos experimentos um tom realista que é assustador. O trabalho de som do filme transforma as insinuações numa possibilidade real e a direção de arte cria um ambiente onde parece que tudo pode acontecer. Este filme, junto com Os Inocentes, rodado dois anos antes, ajudou a definir a estética e as “regras” dos filmes de casas mal assombradas.
os Outros
5 Os Outros EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[The Others, Alejandro Amenábar, 2001]
O espanhol Alejandro Amenábar foi para Hollywood para entregar a Nicole Kidman sua última grande interpretação. Os Outros parece uma reinvenção de Os Inocentes – terceira citação deste filme por aqui -, mas não por sua história, nem por seu desfecho. Amenábar confina Kidman e seus dois filhos numa mansão, como Jack Clayton fez com Deborah Kerr e as duas crianças de que toma conta, repetindo o ambiente refinado que deixa a história mais crível. Aqui, os meninos sofrem de doença rara, não podendo ficar expostos à luz, o que faz com que o diretor trabalhe com uma iluminação parca, algumas vezes à luz de velas, o que dá ao filme uma atmosfera sufocante. Fionnula Flanagan está excelente e a reviravolta final – de sua personagem e do filme como um todo – é conduzida da forma mais elegante possível.
Intermediário do Diabo
4 Intermediário do Diabo EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[The Changeling, Peter Medak, 1980]

O título original é quase o mesmo do filme dirigido por Clint Eastwood em 2008, mas o longa feito quase três décadas antes pelo húngaro Peter Medak no Canadá não tem qualquer relação com ele. Intermediário do Diabo ou simplesmente A Troca é um clássico filme sobre uma casa mal assombrada. Um dos melhores que eu já vi na vida. George C. Scott é um compositor que perde a família num acidente, que se tornou uma das cenas de abertura mais fortes da época, e vai morar numa mansão abandonada. Pra variar, descobre que não está sozinho. Medak comanda essa história como um maestro, coordenando as cenas de aparição do fantasma com uma habilidade rara. Mesmo quando é explícito, o filme tem um extremo bom gosto visual. A trilha sonora e a sonoplastia também são classudas, mas o que deixa este filme diferenciado é como Medak desenvolve o mistério sobre a identidade do fantasma com um thriller impecável.
Os Inocentes
3 Os Inocentes EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[The Innocents, Jack Clayton, 1961]
Depois de ser citado três vezes, o filme de Jack Clayton precisava aparecer nesta lista. Deborah Kerr faz uma governanta contratada para tomar conta dos sobrinhos de um milionário numa mansão vitoriana. Ao poucos, ela percebe presenças estranhas no casarão isolado e descobre histórias ligadas ao passado do lugar e de seus moradores. Os Inocentes não é um filme de certezas, o que o deixa ainda mais instigante: até que ponto o que parece – e às vezes aparece – realmente está acontecendo? Kerr está impressionante com a protagonista, intensa, desconfiada, quase excessiva em sua procura por tentar entender de onde vêm aquelas vozes. Henry James, autor do livro em que se baseia o longa, trata de dar ao texto uma sofisticação que não existia nesse tipo de histórias levadas ao cinema até então. As roupas de época e a cenografia luxuosa encorpam a carga histórica que Clayton imputa ao material. O diretor faz um sensacional jogo de luzes, estourando a fotografia em diversas cenas, indo na contramão do que se faz hoje para criar terror e acertando em cheio.
O Iluminado
2 O Iluminado EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[The Shining, Stanley Kubrick, 1980]
Primeiro, há o impacto daquela imensidão, seja nas cenas abertas, seja nas internas. Nada escapa à câmera de John Alcott, que promove um romance entre as cores da fotografia e os cenários majestosos. Cada quadro é extremamente calculado, com todos os elementos de cena arranjados em função de um equilíbrio não puramente estético, mas conceitual – em favor do clima de prisão superdimensionada. A importância do espaço, algo comum a toda a filmografia kubrickiana, é mais forte aqui já que, neste filme, o hotel é quase uma personagem. Os três protagonistas vagam pelo cenário estabelecendo pequenas jornadas solitárias até se perderem dentro dele, ao som de uma música perturbadora. É quando Kubrick catapulta o texto de Stephen King, que, por sinal, não gostou nada do resultado. Neste filme, Jack Nicholson estabelece um padrão de interpretação que influenciou praticamente tudo que veio depois. Shelley Duvall faz algo parecido. Materializa o desespero, mas é o pequeno Danny Lloyd, o responsável por algumas das expressões de pavor mais assustadoras da história do cinema.
Poltergeist
1 Poltergeist – O Fenômeno EstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[Poltergeist, Tobe Hooper, 1982]

A imagem de Carol Anne conversando com a televisão aterrorizam a infância de qualquer  um. O fato de estarmos diante de um filme “de família”, de um desafio familiar (e um filme exemplar na ambientação desse cenário), cria uma aproximação natural com o drama dos protagonistas. É, muito provavelmente, um dos dez melhores filmes de terror que o cinema já pariu. Assustador do começo ao fim, sua maior qualidade é a elegância da direção, que dá credibilidade à história sobrenatural. Sem querer desmerecer o trabalho de Tobe Hooper, praticamente tudo no filme nos leva a crer que o verdadeiro criador ali foi mesmo Steven Spielberg, roteirista e produtor. Sua mão está lá, desde o tratamento familiar à ambientação, à escalação de um elenco perfeito, ao apuro técnico, à câmera e a cor do filme, parentes próximos do que vemos em Tubarão, por exemplo. A fotografia é excelente, com uma atenção especial para alguns enquadramentos dentro dos planos. E a montagem é essencial para espalhar o horror pelo filme.

Entre os filmes que “quase chegaram lá”, estão O Orfanato o japonês A Casa, a animação A Casa Monstro, o surpreendente Ecos do Além, com Kevin Bacon, o recente Atividade Paranormal, que tem altos e baixos, mas deu novas perspectivas ao gênero; o gore A Morte do Demônio, que só não entrou porque é quase tão cômico quando de terror; e Não Tenha Medo do Escuro. produção retrô de Guillermo del Toro.

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