terça-feira, 10 de julho de 2018

PODA RADICAL DAS ÁRVORES EM ROLÂNDIA ??

HOJE À NOITE (18:30H) NO SINDICATO RURAL
Rolândia tem desde 2013 um Plano Municipal de Arborização Urbana (PMAU) feito para evitar conflitos entre equipamentos urbanos e a população. Trata-se de um documento de 247 páginas elaborado para Rolândia por uma equipe técnica do ITEDES (Instituto de Tecnologia e Desenvolvimento Econômico e Social) composta, entre outros, por engenheiros civis, arquitetos e urbanistas, agrônomos, geógrafos e um biólogo.

No Plano a arborização urbana é justificada desde a sua função estética, de proporcionar bem estar psicológico, de formar micro-clima, diminuir poluição, funcionar de barreira sonora e visual, aumentar as reservas hídricas subterrâneas, aumentar a biodiversidade, valorizar o imóvel e até servir para alimentação e remédios. Todos estes benefícios e serviços ambientais são incalculáveis, porém pouco reconhecidos pela população.

Quando aparecem problemas relacionados às árvores, como “sujeira” das folhas, calçadas levantadas, galhos na fiação, escuridão e ocultação de alguma propaganda ou construção pela copa da árvore, logo se parte para medidas radicais, como a poda severa ou derrubada das árvores. Muitas árvores mal tratadas pelo serviço de poda radical, como a predominante Sibipiruna (que poderia chegar aos 100 anos de idade), morrem antecipadamente ou se tornam doentes e perigosas pela quantidade de galhos que secam.

Rolândia, outrora exemplo de cidade verde, hoje parece um campo de batalha deserto, fruto da incompreensão e do descaso. Há a constante mudança de Secretários de Meio Ambiente (5 desde 2013) e a falta de orientação dos serviços terceirizados. Consta no PMAU que a COPEL só cuida dos fios e não da saúde da árvore. Quanto a empresa SANETRAN, que presta serviço de poda, questiona-se a poda radical que eles fazem constantemente.

Matéria recente em jornal local sobre a poda radical coloca o parecer de engenheiro agrônomo da Secretaria de Meio Ambiente, declarando: “a poda mais radical muitas vezes precisa ser realizada para tentar reverter o crescimento desenfreado das árvores sem podas de formação ao longo dos anos”... O parecer pode até convencer um leigo, mas o funcionário omite o fato que a árvore precisa de pelo menos 1/3 de sua copa verde para poder se alimentar, respirar, transpirar enfim, viver. Na reportagem o funcionário assegura que: “a secretaria se preocupa com a arborização da cidade e a qualidade de vida que ela traz e que o plano municipal de arborização está sendo seguido à risca”.

O PMAU, no entanto, quanto a poda, fala de moderação e da necessidade de muitos cuidados e dos passos de vários cortes sucessivos para uma correta cicatrização e proteção da árvore (página 107).

O que se verifica na poda radical das árvores em Rolândia é a produção de enormes machucados, causando portas abertas para fungos e doenças.

O COMDEMA (Conselho de Defesa do Meio Ambiente) questionou em várias ocasiões a poda radical e recebeu como resposta da Secretaria do Meio Ambiente que a maneira de se fazer a poda de árvores se baseia na economia do serviço e não na orientação do PMAU. Em vez de trabalhosas e custosas podas sucessivas se faz apenas uma única poda total. Mas o barato está saindo caro para a comunidade!

Alarmados, membros do COMDEMA lembraram que órgãos especializados como o SENAR e a Embrapa-Florestas oferecem gratuitamente cursos de poda. Não houve interesse da Secretaria pelos cursos. O sobrecarregado MP local notificado se satisfez com a “explicação” da secretaria.

A assustadora forma de tratamento e devastação das árvores em Rolândia parece não mais encontrar resistência. Não basta só ter no papel um bonito Plano Municipal de Arborização Urbana. O Plano tem que ser lido e seguido. Pois um assunto de tamanha importância se encontra desassistido de especialista, equipe técnica, fiscalização e de conscientização comunitária.

Afirmações de funcionários públicos que declaram: “O plano municipal de arborização está sendo seguido à risca” precisam ser verificados. Afinal, estamos assistindo impotentes árvores sendo sistematicamente condenadas à morte por uma poda radical. Onde fica a qualidade de vida do cidadão?

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