sábado, 10 de setembro de 2016

CABO TERÁ QUE SE RETRATAR POR OFENDER JORNALISTA DE LONDRINA



CABO TERÁ QUE SE RETRATAR POR OFENDER JORNALISTA EM LONDRINA

A Justiça determinou que o cabo do Corpo de Bombeiros Argemiro Garcia faça uma retratação pública pelas ofensas cometidas contra a repórter Luciane Miyazaki, da TV Tarobá Londrina. Ele ainda terá que fazer doações a uma instituição sem fins lucrativos. Foi o resultado de uma queixa feita pela jornalista, com apoio do Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná.

Os ataques foram feitos em um grupo do WhatsApp, do qual participavam policiais e colegas da imprensa. O assunto era uma entrevista veiculada pela Tv Tarobá, em que um homem contou que sobreviveu à chacina do fim de janeiro em Londrina, quando 11 pessoas foram assassinadas e 15 feridas. Em maio, sete pessoas foram presas, sendo seis policiais, acusados de participação no crime.

A repórter que fez a entrevista foi alvo de ofensas pessoais escritas pelo cabo Garcia. Ele usou palavras de baixo calão e denegriu a imagem da jornalista, que sequer teve chance de se defender, já que não fazia parte do grupo. Com a assistência do Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná, Luciane Miyazaki registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil pelo crime de injúria.

Em audiência realizada nesta sexta-feira (9) no 2º Juizado Especial Criminal de Londrina, ficou determinado que o cabo Garcia terá que se retratar publicamente pelas ofensas por meio do Facebook, em publicações a serem feitas nas duas próximas segundas-feiras (12 e 19 de setembro). Terá também que fazer oito doações mensais à Associação de Defesa dos Animais (Ada), indicada pela vítima, no valor total de R$ 800,00.

O Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná acredita que a punição deve servir de exemplo para que absurdos assim não voltem a ocorrer. Nenhum jornalista pode ser alvo de ataques pessoais por cumprir o seu trabalho – neste caso, tão somente ouvindo versões de um crime de grande repercussão.

O cabo alegou que as ofensas foram feitas “no calor do momento” e que “ficaram restritas a um grupo fechado”. Entretanto, independentemente de quantos membros havia no grupo, a imagem da jornalista perante terceiros foi atingida. As palavras ganharam ainda mais peso por terem partido de uma autoridade policial, que deveria zelar pelo bem dos cidadãos, e não os desrespeitar.

Que o desfecho deste caso encoraje outros jornalistas a denunciar abusos e desrespeito contra os profissionais. Não podemos nos calar diante de ofensas, agressões e tentativas de intimidação.

Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná

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