O autor de Dom Casmurro nascia há 177 anos
Poucos autores foram tão importantes para a literatura brasileira quanto Machado de Assis. Um dos maiores difusores do realismo brasileiro, suas obras eram marcadas por um pessimismo niilista e mordaz que nos deu personagens ambíguos e apaixonantes como Capitu e Bentinho. No dia do aniversário deste grande autor, confira cinco curiosidades sobre sua vida e obra. E, claro, algumas sugestões de livros!
Amor
Carolina Machado, esposa do escritor, era quatro anos mais velha que ele e extremamente culta. Foi ela quem apresentou a Machado os grandes clássicos portugueses e diversos autores da língua inglesa. Alguns pesquisadores afirmam que era ela quem revisava os textos do escritor. “Machadinho”, como o autor assinava as mensagens de amor para a noiva, entusiasmava a esposa com cartas que previam o destino dos casal: “…depois, querida, ganharemos o mundo, porque só é verdadeiramente senhor do mundo quem está acima das suas glórias fofas e das suas ambições estéreis.”
Xadrez
Este era o jogo predileto do autor. Ele, inclusive, chegou a participar do primeiro campeonato disputado no Brasil. As peças usadas pelo escritor estão até hoje em exposição na Academia Brasileira de Letras.
ABL
Machado de Assis foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Modesto, ocupou a cadeira número 23. Como patrono da cadeira número 1, a Academia escolheu José de Alencar.
Morte
Com a morte da esposa, Machado entrou em profunda depressão. Numa carta ao amigo Joaquim Nabuco, ele lamenta: “foi-se a melhor parte da minha vida, e aqui estou só no mundo”. Segundo alguns biógrafos, as últimas palavras de Machado de Assis antes de morrer foram: “A vida é boa”. O discurso em seu funeral foi feito por Rui Barbosa. Machado foi sepultado no cemitério São João Batista em 1908, mas seus restos mortais foram transferidos para a sede da Academia Brasileira de Letras em 1999.
Dinheiro
Numa época em que a moeda nacional se desvalorizava com muita velocidade, a imagem do autor ilustrou uma cédula. A imagem de Machado de Assis foi estampada na cédula de mil cruzados, que circulou entre 1987 e 1990.
Algumas das importantes obras do “Bruxo do Cosme Velho”.
Narrado em primeira pessoa, seu autor é Brás Cubas, um “defunto-autor”, isto é, um homem que já morreu e que deseja escrever a sua autobiografia.
No fim do século XIX, Rubião, ingênuo professor mineiro, herda uma fortuna do amigo Quincas Borba e muda-se para o Rio de Janeiro. Envolvido num jogo de paixão, ganância e loucura, Rubião se vê refém da máxima “ao vencedor, as batatas”, em que apenas os mais fortes triunfam. Neste romance, Machado de Assis revela as transformações de fim do Império brasileiro. Com personagens impactantes, mostra a formação de uma sociedade em que se evidenciam a sede pelo poder e a presença da desigualdade.
Ao escrever Dom Casmurro, Machado produziu um dos maiores feitos da literatura universal. Mas criando Capitu, a espantosa menina de “olhos oblíquos e dissimulados”, de “olhos de ressaca”, ele nos legou um incrível mistério, um mistério até hoje indecifrado. Há quase cem anos os estudiosos e especialistas o esmiuçam sob todos os aspectos. Em vão. Embora o autor se tenha dado ao trabalho de distribuir pelo caminho todas as pistas para quem quisesse decifrar o enigma, ninguém ainda o desvendou. A alma de Capitu é, na verdade, um labirinto sem saída.
A libertação dos escravos e a Proclamação da República formam o pano de fundo para a história de irmãos gêmeos rivais. A oposição vai se tornando cada vez mais intricada, até chegar a um desfecho surpreendente.
Existem normas que definam o que é sanidade e o que é loucura? A busca e a aplicação de tais normas são as principais razões da vida de Simão Bacamarte. Médico da provinciana Itaguaí, ele vai gerar medo e veneração ao tentar encontrar o parâmetro da normalidade.
Qual a sua obra favorita de Machado de Assis? Deixe seu comentário e participe da conversa.
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