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Sucupira pode ter ação analgésica e anti-inflamatória
Planta pode contribuir em casos de artrite, gota e doenças músculoesqueléticas
A sucupira (Pterodon emarginatus) é uma árvore que faz parte da vegetação do cerrado brasileiro. Todas as partes da planta são utilizadas na medicina popular, desde a raiz até as folhas, sob a forma de infusão ou decocção.
Nutrientes da sucupira
Cada parte da planta de sucupira apresenta diferentes compostos bioativos. Pesquisas mostram a presença de alcaloides na casca e folhas, isoflavonas e alguns triterpenos na semente e nos frutos.
Os alcaloides se destacam pela ação antimicrobiana e antiparasitária. Já as isoflavonas têm atividade neuroprotetora, anticâncer e contra acidente cardiovascular, derivado de sua capacidade antioxidante. Os triterpenos têm atividade antiinflmatória, antioxidante, antiartrítica, antidiabética, cardioprotetora, antiproliferativa, quimioprotetora e citoprotetora.
Benefícios em estudo da sucupira
Ação analgésica: Estudos realizados em camundongos apontam que o extrato de sucupira pode ter efeitos analgésicos. Segundo uma pesquisa publicada na Revista Brasileira de Plantas Medicinais, os mecanismos dos efeitos analgésicos permanecem desconhecidos, porém pode-se induzir que a presença dos flavonoides diminui a produção de prostaglandinas responsáveis pela dor.
Diminui a inflamação muscular: Há muito tempo esta espécie vegetal vem sendo frequentemente utilizada pela medicina popular para tratamento de artrite, gota e doenças músculo esqueléticas. Estudos mostram que o extrato de sucupira pode diminuir a inflamação muscular, induzida por processos oxidativos como a artrite. Porém, os estudos publicados não são realizados em humanos. Então, não podemos afirmar que essa ação não teria efeitos deletérios também ao organismo de quem faz uso deste fruto.
Estudos de 1967 já mostravam que os frutos podiam ser usados para o tratamento de dores musculares, torções, artrite e artrose, apresentando ação anti-inflamatória e analgésica. Um estudo em ratos mostrou que a administração de extrato hidroalcoólico de sucupira é benéfica devido a presença de diterpenos no óleo da semente. É importante salientar que o tratamento com a sucupira não impediu a evolução da doença, mas reduziu significativamente a sua gravidade nos animais testados.
Bom contra as úlceras: O óleo essencial da semente mostrou proteção significativa contra úlceras gástricas em pesquisas realizadas em animais. O óleo essencial levou a uma redução no volume de exsudato e maior influxo de neutrófilos, células de defesa. Desse modo, demonstrou que a sucupira pode exercer efeito antiúlcera e anti-inflamatório, podendo ser mais estudado como opção terapêutica para o tratamento de úlceras gástricas e doenças inflamatórias. Porém, mais estudos precisam ser realizados em humanos a fim de analisar possíveis efeitos colaterais e segurança de uso.
Sucupira e o câncer
Não existem muitos estudos mostrando a ação anticancerígena da sucupira. Estudo publicado em 2013 mostrou que o óxido de etileno obtido a partir da semente da sucupira apresentam atividade citotóxica em células cancerosas em animais. Ou seja, a composição química do óxido de etileno pode a atuar parcialmente na morte celular. Porém, mais estudos são necessários para comprovar o efeito e a utilização da sucupira para estes casos.
Quantidade recomendada
Não existe uma quantidade de sucupira definida que seja recomendada. É importante seguir as orientações de um nutricionista ou médico sobre o quanto consumir da sucupira.
Como consumir a sucupira
A sucupira pode ser consumida de diferentes maneiras, são elas:
Chá: constituído por partes de vegetais, inteiras, fragmentadas ou moídas das folhas de plantas. Ele pode ser feito por infusão ou decocção em água potável.
Para preparar o chá de sucupira utilize cerca de 6 sementes para cada 1,5 litros de água. Porém, o uso de chás em geral deve ser bem orientado por profissionais da saúde uma vez que as plantas possuem diferentes componentes que podem interagir e levar a efeitos colaterais.
Extrato: preparação de consistência líquida, sólida ou intermediária. Os extratos são preparados por percolação, maceração ou outro método adequado e validado, utilizando como solvente etanol, água ou outro solvente adequado.
Tintura: solução líquida extrativa alcoólica ou hidroalcoólica preparada a partir de matérias-primas vegetais. Podem ser preparadas com etanol, misturas hidroalcoólicas em várias concentrações, éter ou uma mistura destes. Assim, 10 ml de tintura devem corresponder aos componentes solúveis de 1g de droga seca.
Cuidados ao consumir
Como ainda não foram realizados estudos em humanos com a sucupira, não existe segurança de uso desta planta por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, uma vez que não são encontrados estudos em humanos. Assim, como todo fitoterápico sua utilização deve ser orientada por profissional médico ou nutricionista especialista em fitoterapia.
Esses cuidados são necessários porque embora algumas plantas sejam popularmente consideradas terapêuticas, frequentemente podem conter propriedades tóxicas desconhecidas pela população, por isso é necessário cautela e avaliação para utilização de qualquer planta ou extrato natural.
Riscos do consumo em excesso
Devido aos poucos estudos envolvendo esta planta, não é possível saber quais os riscos do seu consumo em excesso.
Fonte consultada:
Nutricionista Karina Valentim, da Patricia Bertolucci Consultoria em Nutrição