FARINA VIAJA NO TEMPO E VOLTA A 1934 EM ROLÂNDIA
HOTEL ROLÂNDIA - MARCO ZERO DE ROLÂNDIA
Junho de 34... Rolândia e toda a região era uma densa e inóspita floresta virgem. De Rolândia até o Rio Ivai (e muito mais longe) apenas bilhões de árvores... as mais lindas, altas e importantes do planeta. No traçado da cidade apenas um hotel com todo o conforto da época. Em volta apenas árvores.... cipós... bichos... mosquitos... e muito barro e pó. Na varanda do Hotel as famílias dos pioneiros vinham olhar a floresta e ouvir os lindos pássaros a cantar.
À noite dava medo de ouvir os miados das onças dentro da mata. As famílias começavam a planejar suas vidas ali naquela linda e encantadora varanda que está lá até hoje (só mudou de endereço). De manhã pegavam carroças ou calhambeques e saiam pelas primeiras estradas que estavam mais para "picadas". A terra era e é ainda muito fértil, mas dava medo de vê-la durante as chuvas.... aquele barro grudando nos sapatos. E a empreitada da derrubada da floresta no machado? Como seria (e foi) difícil. Neste início o Hotel Rolândia era o porto seguro... onde tinham uma refeição caseira saborosa... a luz dos lampiões... um cafezinho quente na chapa do fogão a lenha... um banho quente... uma cama macia e a boa companhia para uma conversa e um cigarrinho de palha. Quantos romances?.... quantas crianças não foram concebidas ali (não havia rádio e TV).. Quantos sonhos... trabalho...suor e sangue... quantas festas... negócios (compra e venda)... quantas brigas... ciumes... visitas importantes... Interventor Manoel Ribas... Lord Lovat... Mr. Arthur Thomas.. Mr. Wilie Davids... Eugenio Vitor Larionoff... Moisés Lupion...
O Hotel Rolândia pertence as futuras gerações. Meus netos... bisnetos.. trinetos têm o direito de conhecê-lo e referenciá-lo da mesma forma que referenciam as Pirâmides do Egito até hoje. Ele é parte de tudo de bom que os verdadeiros rolandenses amam e querem que seja para sempre lembrado. Peço a todos os rolandenses que amem e ajudem a conservar o Hotel Rolândia... o marco zero da nossa história. Londrina tem a antiga Estação de trens, como lembrança do passado, (só que da década de 50). Rolândia tem a primeira construção ainda intacta, de 1934. Rolândia atrairá com o hotel turistas interessados em saber como era a vida dos pioneiros quando tudo aqui era mato. Fico feliz de ter ajuizado uma Ação Popular para que a administração Johnny Lehmann adquirisse as madeiras e o reconstruísse ao lado da estação de trens. Agradeço a vereadora Sabine Geisen ( na época no exercício do cargo de prefeita) que revogou o alvará de demolição e autorizou a compra das madeiras. Fico feliz em saber que a obra de reconstrução está em sua fase final. JOSÉ CARLOS FARINA
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