sábado, 9 de abril de 2016

A Pressa pode levar até mesmo ao infarto

Redação Bonde - 08/04/2016 

O que o provérbio popular já dizia agora é o mal do século XXI: "A pressa é inimiga da perfeição". Conhecida como a Síndrome da Pressa, a neurose altera o padrão comportamental e acomete quase 30% da população, de modo gradativo, sendo as principais vítimas os homens. Apesar de não ser diagnosticada como uma doença, a neurose pode gerar danos na saúde física, emocional e psicológica. De acordo com a psicóloga, escritora e palestrante, Marilene Kehdi, temperamento inquieto, agressividade e insônia são algumas características de quem sofre com a síndrome, além de manter um ritmo acelerado de vida, o que, consequentemente, irá gerar um nível alto de estresse. Identificar as emoções e pensamentos no ápice da crise é fundamental para o tratamento psicológico. 

A qualidade de vida é um dos principais objetivos buscados pelo ser humano. No entanto, um dia é pouco tempo para algumas pessoas resolverem todas as tarefas estabelecidas no dia a dia e ainda manter o bem estar. O que deveria ser uma rotina normal acaba se tornando uma neurose, ou seja, a "Síndrome da Pressa". 

Essa alteração no comportamento atinge, na sua maioria, homens, sendo eles executivos, mas também não isenta mulheres e crianças, e acompanha a pessoa 24hs por dia, em qualquer lugar, em qualquer situação. A síndrome afeta diretamente a saúde física, emocional e psicológica. Embora não seja diagnosticada uma patologia, segundo a especialista em doenças psicossomáticas, é através dessa síndrome da atualidade que se desenvolvem várias doenças, inclusive psiquiátricas, como a síndrome do pânico e a fobia social. 

Marilene Kehdi ressalta que os indivíduos que sofrem dessa síndrome são ansiosos em nível alto, vivem literalmente com pressa e só sabem agir sob pressão real ou imaginária. Pessoas apressadas, temperamento inquieto, fala e escrita rápidas, passo acelerado, hostilidade, agressividade, impaciência, além de valorizarem a quantidade, e não a qualidade, são características marcantes dessa neura. Fora isso, o indivíduo sofre com insônia, interrompe a fala dos outros. Outro aspecto curioso é que a pessoa com a síndrome da pressa jamais encosta as costas no encosto ao se sentar numa cadeira ou sofá, e ainda possui mãos frias, boca seca, e dificuldade para engolir. 

"Dificilmente essas pessoas acompanham o ritmo das outras, pois, para eles, tudo e todos são muito lentos. Esse ritmo acelerado de vida acaba gerando um estresse de nível alto, que vai gerar depressão, distúrbios gástricos, transtornos alimentares, dores musculares, fadiga e pressão alta, além de problemas no coração. Contudo, a causa não está somente nas demandas do mundo moderno - altamente exigente e competitivo -, mas também em questões internas, as quais precisam ser trazidas a consciência, através de uma psicoterapia, para então serem tratadas e elaboradas.", afirma. 

A psicóloga ainda esclarece que a síndrome deixa o indivíduo em estado de alerta, desta forma, liberam muito cortisol e adrenalina no corpo, o que vai aumentar o nível de estresse e, como consequência, gerar, em casos mais graves, um infarto. Ou seja, uma sensação de forte dor no peito (resultado do sangue extra que flui para os músculos que se tencionam para agir) causando sensação de aperto no peito. Nestes casos, ditado já adverte: "A pressa é inimiga da perfeição", e também do coração! 

"Essa síndrome se tornou um vício na vida de muitas pessoas, e, como todo vício, é muito difícil de ser abandonado. Portanto, o ideal é começar pela mudança de alguns hábitos, com pequenos e graduais ajustes no comportamento. Desacelerar o passo e até mesmo na hora da refeição, exercitar a paciência, inclusive numa conversa, são alguns dos exercícios para não sucumbir à 'pressa'. Para eficácia do tratamento, é fundamental identificar a emoção no momento da pressa e ansiedade.", explica Marilene. Em suma, a psicoterapia é imprescindível para descobrir a causa desta ansiedade, desta pressa, que permeia e torna o indivíduo completamente vulnerável. Nos casos mais graves, há, inclusive, a necessidade de ser medicado para controlar o comportamento. Contudo, o antídoto da pressa é o exercício da calma e paciência!

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